quinta-feira, 30 de novembro de 2017

A argumentação nas redações de vestibular

– Podemos dizer que os argumentos são todos os recursos utilizados para defender determinado ponto-de-vista expresso no texto. No texto abaixo, vemos que Padre Antônio Vieira descreve os principais tipos de argumentos que um autor pode utilizar para sua opinião.

– Trecho do Sermão da Sexagésima

“(…) O Sermão há de ser duma só cor, há de ter um só objeto, um só assunto, uma só matéria. Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para que se conheça, há de dividi-la para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstancias, com as conveniências que se hão de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar, há de responder as duvidas, há de satisfazer as dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários, e depois disto ha de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é o sermão, isto é pregar, e o que não é isto, é falar de mais alto. Não nego nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses hão de nascer todos da mesma matéria, e continuar e acabar nela.”

– Neste trecho, percebemos que Padre Antônio Vieira nos ensina o processo de produção de um sermão, podemos facilmente transpor esses moldes para uma dissertação. E consequentemente ele relata algumas formas de argumentar. Para começar, ele começa falando que o texto deve ter “uma só matéria”, “um só assunto”, percebemos aqui que o autor defende que o texto deve ter uma unidade temática. Os argumentos devem estar organizados de forma que um não se contraponha ao outro. Depois ele prossegue dizendo que devemos provar através das Escrituras. Escrituras é a Bíblia, no caso o documento utilizado por ele para comprovar seus argumentos, mas podemos dizer que qualquer fonte de citação é interessante para que nosso ponto-de-vista seja comprovado, desde que a opinião expressa na citação esteja de acordo com a opinião do autor da dissertação. Em “há de confirmá-la com o exemplo” vemos que os exemplos também são recursos que comprovam uma determinada opinião, servem como argumento. O trecho “há de amplificá-la com as causas, com os efeitos” demonstra um tipo muito bom de argumento: relação entre causas e efeitos. Discutir sobre a causa e efeito de um determinado tema é mostrar a origem do problema descrito no texto, e em seguida mostrar as suas conseqüências na sociedade. Também é interessante o argumento de refutação: “há de impugnar e refutar com toda a força e eloqüência os argumentos contrários”. Toda opinião polêmica implica em uma oposição. Utilizar esse posicionamento contrário ao seu é um bom recurso desde que se utilize refutando, ou seja, contradizendo o oponente.

– Claro, nem todos os recursos argumentativos foram descritos nesse texto, porém os recursos descritos aqui já são o suficiente para um bom texto. Concluindo, a argumentação requer uma seleção equilibrada de todos os recursos de convencimento sobre um determinado ponto-de-vista. E só vamos conseguir conhecê-los com um bom hábito de leitura e estudos.

ATIVIDADE

– Leia o texto abaixo, e selecione alguns argumentos baseados no seu ponto de vista sobre o tema. E separe pelo menos três deles.

“Em 12 de fevereiro de 1809, nascia o inglês Charles Darwin (1809-1882), um dos cientistas mais importantes da história. O naturalista revolucionou os conceitos sobre a evolução das espécies por meio da teoria da seleção natural (entenda melhor sobre ela aqui).

Na data de seu aniversário, seu incontável número de admiradores promovem uma homenagem anual batizada de Darwin Day (Dia de Darwin, em tradução livre). O principal objetivo é justamente ressaltar suas contribuições para a humanidade.

A teoria de Darwin, apesar de comprovada cientificamente, ainda encontra resistência. Principalmente entre os defensores do criacionismo que recusam a evolução. No Brasil, há quem defenda que essa doutrina seja ensinada nas escolas”

(UOL)

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Coesão e coerência

– A partir do post de hoje, voltaremos a abordar os conteúdos de redação. Hoje, falaremos sobre dois elementos do texto. Elementos que, inclusive, servem como dois dos cinco critérios para correção de redação nos vestibulares. Esses dois elementos são a coesão e a coerência. 


– Cada vestibular irá compreendê-los de uma maneira diferente, podendo até terem outros nomes. Porém a ideia de cada um deles não mudará muito, já que os vestibulares se influenciaram muito pela mesma linha da ciência linguística: a linguística textual, que defende a leitura do texto em níveis. 

– O primeiro nível é a coesão e trata-se de entender o funcionamento interno da língua, ou seja, as relações internas que o autor faz em todos os elementos do texto. A coerência é o segundo nível, e ela se refere às relações internas e externas dos sentidos do texto. Nesse estudo nos limitaremos a esses dois, mas só para saber, os outros três são: tema, tipo de texto e gramática. Esses são os cinco critérios que os examinadores do vestibular usarão para dar nota ao seu texto.

– Vamos agora nos deter um pouco mais nos dois principais critérios: a coesão e coerência. 

– É difícil falar de um sem falar do outro, porque ambos se referem a um conceito importante na produção de texto: o conceito da conexão textual. Todo o texto deve ser um tecido, já que ele é um organismo emaranhado de ideias. Devemos falar de apenas um assunto, mas todas informações, sentidos, argumentos, frases, parágrafos devem estar todos relacionados. E além dessas relações internas entre os elementos, também deve estar relacionado com o exterior do texto, com as informações reais do mundo.

– Ao primeiro critério de análise, a coesão, nomeamos as conexões internas que fazemos na estrutura do texto. Todos os parágrafos, orações e frases devem estar conectados através de um conectivo, que pode ser ou um pronome, ou uma conjunção, ou uma preposição.

– Essas ligações que fazemos produzem sentidos, que também devem estar conectados. À conexão dos sentidos damos o nome de coerência. 

– Tanto a coesão, quanto a coerência, é o que dá a unidade do texto. Essas conexões farão com que o texto não perca sua unicidade temática. O tema se desdobrará em suas figuras através das ligações estruturais e semânticas.

– Além da unidade textual, a coesão e a coerência também garantirão a progressão argumentativa da dissertação. Essas propriedades serão estudadas em estudos posteriores. O que precisa ficar claro nesse estudo é que o nosso texto deve estar de acordo com o fio condutor da sua dissertação. Essas conexões se não forem bem feitas podem prejudicar a significação final do texto.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Os pronomes

Num texto não costumamos usar repetidas vezes os mesmos nomes (substantivos e adjetivos), para fazer as ligações (coesão) necessárias, num texto os substituímos pelos pronomes. Veja, ao invés de eu falar “O Eduardo dá aulas de português”, eu falo: “Eu dou aulas de português”. Ao invés de falar “A presidente Dilma fez um péssimo trabalho”, eu posso dizer: “Ela faz um péssimo trabalho”. Ou: “O bom policial é aquele capaz de dar segurança para a população”, fica: “Ele deve ser capaz de assegurar paz à população”. Veja que o tempo todo usamos o pronome para fazer as ligações no texto.

O QUE É PRONOME?

Dito isso, podemos afirmar que pronome é a palavra que substitui o nome. Usada para a coesão do texto, quando fazemos ligações de informações; para a referenciação, quando usamos para nos referirmos a algo dito antes, ou simplesmente para a substituição de nomes já entendidos pelos interlocutores do texto. Ex.: O caderno dos alunos estão impecáveis. “Os seuscadernos estão impecáveis” Veja que o termo “seus” está substituindo a expressão “dos alunos”. Outro exemplo: “Aqueles meninos estão estudando bastante”, a palavra “aqueles” está demonstrando quais meninos “estão estudando”. 

TIPOS DE PRONOMES

Podemos ter vários tipos de pronomes:

1. Pessoais. Quando usamos o pronome para substituir as pessoas dentro de um contexto. Podem ser Pronomes pessoais do caso reto, ou do caso oblíquo. Do Caso Reto: “Eu, tu, ele, nós, vós eles”. E os pronomes do caso oblíquo: “me, te, se, nos, vos, se”. Ex.: “Eu me amo”. “Tu te amas”. “Ele se ama”. “Nós nos amamos”. “Vós vos amais”. “Eles se amam”. 

2. Possessivos. São os pronomes que indicam a posse de um ser sobre um objeto. Os pronomes possessivos são: meu, teu, seu; nosso; vosso e seus. Ex.: “Evito dirigir em meus artigos opiniões e comentários a pessoas e11111specíficas” (Carta Capital, 20/03/2013) “Lindsay Lohan tira nova foto para sua ficha na polícia” (MSN notícias, 20/03/2013). “Câmara dos Deputados adota ponto eletrônico para seus servidores” (Estadão.com, 20/03/2013).

3. Demonstrativos. Pronomes usados para demonstrar algo a alguém. Os pronomes demonstrativos são: este(s) ou esta(s) [próximo do autor], esse(s) ou essa(s) [próximo do leitor], aquele(s) ou aquela(s) [distantes de ambos]. O pronome demonstrativo é muito usado para retomar alguma ideia trabalhada anteriormente no texto. Veja, “- O sr. É casado há 69 anos. Como é essa experiência?”. O pronome “essa” retoma a ideia de “ser casado há 69 anos”. 

4. Relativos. Pronomes que introduzem orações adjetivas. Ex. Esta é a palavra que liberta. 

5. Interrogativos. Pronomes que são usados para formulação de uma pergunta. São: “Que, quem, qual e quanto”. Ex: “Que mistério é esse?”. “Quemmatou Abeu?”. 

6. Indefinidos. São os pronomes que sugerem uma dúvida, ou algo impreciso. São: “Alguns, todos, outros, tudo, alguém, nada, algo, muitos”. 
TESTE SEU CONHECIMENTO

Leia o texto abaixo e responda às perguntas.

“O uso da desqualificação pessoal é absolutamente indesejado em qualquer debate sério. Os articulistas que usam costumeiramente desse recurso se caracterizam mais pelo radicalismo ideológico e pelo desejo de obter audiência do que pela seriedade de postura e argumentação. Meu artigo de hoje, contudo, trata da fala de uma autoridade, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, sem, contudo, querer de alguma forma desqualificá-lo – até porque suas qualidades são evidentes: é um ministro honesto, probo, progressista e interessado verdadeiramente na defesa dos interesses da população mais desfavorecida..”

(fonte: http://www.cartacapital.com.br, 20/03/2013 de Pedro Estevam Serrano)

1. No texto há 4 pronomes. Identifique e os Classifique.

2. O pronome “desse” se refere a que outra

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Os adjetivos

Os substantivos não aparecem isolados nos textos, ao contrário, sempre acompanham outras palavras. Afinal de contas, nós não nos contentamos em nomear as coisas, mas sempre queremos qualificá-las, ou seja, caracterizá-las, dar qualidades e falar sobre o que pensamos ou sentimos em relação ao objeto a que está sendo nomeado. Para isso, usamos os adjetivos.

O QUE É ADJETIVO?

Adjetivos são palavras que usamos para dar qualidade de algo, seja de objetos, sentimentos, coisas ou pessoas. Por isso, os adjetivos se relacionam aos substantivos. Veja um exemplo: O professor inteligente. A palavra destacada é um adjetivo porque está dando qualidade ao professor, nesse caso, o professor é inteligente. Outro exemplo, “Justiça americana multa mulher por downloads ilegais de música” (Folha de S Paulo, 19/03/2013). As duas palavras destacadas “americana” e “ilegais” dão qualidades, respectivamente, aos substantivos “justiça” e “downloads”. É uma forma do autor opinar sobre as coisas que estão sendo ditas. 

TIPOS DE ADJETIVOS

Podemos ter 2 tipos de adjetivos, o adjetivo e a locução adjetiva:

1. Adjetivo. Quando o autor do texto usa apenas uma palavra para definir uma qualidade ao substantivo. Ex. feliz, inteligente, quente, perdido, etc.

2. Locução adjetiva. Quando se usa um conjunto de palavras para caracterizar um substantivo. Ex. “Aprovação do governo Dilma baixa um ponto porcentual e atinge 33%” (Estadão.com); “Jovem de Ribeirão Preto(SP) diz que teve boca queimada ao consumir Ades” (Estadão.com). 

FLEXÕES DO ADJETIVO

Podemos flexionar o adjetivo em gênero (masculino ou feminino), número (singular ou plural) e grau (superlativo e o comparativo). Os adjetivos devem concordar com o substantivo. Por exemplo, “o menino perdido”. O adjetivo “perdido” é flexionado no masculino e no singular para concordar com o substantivo “menino”. No plural, o fragmento ficaria: “os meninos perdidos”, no feminino: “as meninas perdidas”. 

TESTE SEU CONHECIMENTO

Leia o texto abaixo e responda às perguntas

“A Suprema Corte dos Estados Unidos confirmou na segunda (18) a multa de US$ 222 mil (cerca de R$ 440 mil) imposta a uma mulher por baixar músicas na internet de forma ilegal, concluindo uma longa batalha judicial envolvendo a indústria discográfica.”

(fonte: http://www.folha.uol.com.br, 19/03/2013)

1. Identifique os adjetivos deste texto. 

2. Qual das alternativas abaixo o fragmento destacado é uma locução adjetiva.

a. A Suprema Corte dos Estados Unidos;

b. A multa de 222 mil.

c. Por baixar músias na internet;

d. Concluindo uma longa batalha.

domingo, 26 de novembro de 2017

Trump e Abe

– Eu tinha criado uma categotia chamada fotos para o meu blog, mas não sabia como ia ser. Aí, ontem eu estava viajando em uma outra cidade do Japão, na cidade de Nagoia, que é a terceira maior cidade japonesa e me deparei com essa cena. Na hora pensei, vou tirar uma foto disso para postar no meu blog. Rs. Acho que todo blogueiro é assim.

– Nessa foto, estão dois japoneses segurando uma faixa com as fotos do presidente dos Estados Unidos, o Trump; e o primeiro ministro do Japão, o Abe. Além desses elementos, a foto ainda conta com as bandeiras americana, japonesa e sul coreana. Três países que estão unidos contra a ameaça norte coreana.

– Os japoneses podem parecer um povo passivo, que não está ligado a questões da atualidade, entretanto, o que eu vejo aqui no Japão é o contrário. É um povo que lê muito, uma mídia muito atuante, e um profundo espírito curioso que quer conhecer tudo, pergunta, questiona. Esse é o Japão que estou aprendendo a conhecer. Rs.

– Eu posso concluir nessa foto, que o Japão está unido, como sempre, aos Estados Unidos nesse drama contra a Coreia do Norte e o povo está ligado com tudo o que está acontecendo no mundo.

sábado, 25 de novembro de 2017

Os substantivos

Classes gramaticais são os tipos de palavras que compõe a língua portuguesa. Temos 10 tipos: substantivo, adjetivo, pronome, verbo, advérbio, conjunção, preposição, artigo, numeral e interjeição. Veremos nessa post-aula o substantivo. 

O QUE É SUBSTANTIVO?

Substantivos são aquelas palavras usadas para determinar o nome de seres, de objetos, sentimentos, ideias, entre outras coisas; ou seja, os substantivos dão os nomes às coisas, sejam elas concretas ou abstratas. Podemos identificar um substantivo por poder ser acompanhado sempre por um artigo. Ex.: a palavra, a mesa, o perfume, o coração, a pessoa, a ideia, uma brecha, um lápis, um sonho, meu nome, minha poesia, sua cara, seu colete, e assim vai.

TIPOS DE SUBSTANTIVOS

Podemos ter 9 tipos de substantivos:

1. Próprio. Nomeia seres particulares. Ex.: Dilma Roussef, Hugo Chavez, São Carlos, Rua Argentina, Magazine Luíza. “Emílio Santiago era um grande intérprete, diz Nana Caymmi” (Folha)

2. Comum. Nomeia grupo de seres e objetos. Ex.: presidente, cidade, rua, loja, professor, quadro, texto, classe, sonho. “Médica acusada de matar pacientesno Paraná sai da prisão” (Folha, 20/03/13)

3. Concreto. Nomeia objetos com existência própria. Ex.: pessoa, mesa, caderno, parede, casa, televisão, passos, língua. “Arquiteto japonês cria estrutura leve com revestimentos de pedra” (Estadão)

4. Abstrato. Nomeia estado, qualidade, ideias que existem dependendo de outros seres que criam a sua existência. Ex.: sonho, ideia, fome, linguagem, pensamento, misericórdia, beleza.

5. Primitivo. São nomes que não derivam de outros nomes. Ex. Sol, lua, mar, água, menino.

6. Derivado. Nomes que derivam de outros. Solar, lunar, maresia, aquífero, meninada.

7. Simples. Nomes que possuem apenas um radical. Pé, água, vida, sol, flor.

8. Composto. Nomes formados por mais de um radical. Ex.: Pé-de-moleque, aguardente, vida, girassol, flor-de-lis.

9. Coletivo. Palavras que representam um conjunto de seres. Ex.: alcateia, manada, boiada, quadrilha, arquipélago, bando, multidão, coletânea.

FLEXÕES DOS SUBSTANTIVOS
Podemos flexionar o substantivo em gênero (masculino ou feminino), número (singular ou plural) e grau (aumentativo ou diminutivo).

EXERCÍCIO

Leia o texto abaixo e responda às perguntas
“O governo federal não vai forçar os empresários a baixarem o preço dos produtos da cesta básica nas prateleiras que, há uma semana, estão livres de tributos federais. Mas, nesta sexta-feira (15), a presidente Dilma Rousseff cobrou que o setor de varejo honre a promessa de reduzir os preços”
(fonte: http://www.uol.com.br, 15/03/2013)

1. Identifique ao menos 3 substantivos no texto.

2. Classifique os substantivos abaixo em próprio, marcando (p) ou comum (c).
a. o governo ( ); b. Dilma Rousseff ( );
c. uma semana ( ); d. presidente ( ).

3. Flexione no aumentantivo e diminutivo os seguintes substantivos:

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Processo de formação de Palavra

Formamos as palavras, principalmente, de duas maneiras: derivação, ou composição.


DERIVAÇÃO

Derivamos uma palavra, quando acrescentamos os afixos ao radical. Temos 6 derivações possíveis.

1) Sufixal: quando acrescentamos um sufixo. Ex.: pedreiros. Quantidade. Principalmente. Mortalidade. Etc.

2) Prefixal: quando acrescentamos um prefixo. Ex. Expostos. Irregulares. Descobrir.

3) Sufixal e prefixal: quando acrescentamos os dois afixos. Leal (palavra primitiva). Desleal (prefixação). Deslealdade (sufixação e prefixação).

4) Parassintética: quando acrescentamos o sufixo e o prefixo ao radical, sendo que só podemos ter os dois simultaneamente. Ex.: enriquecimento. Aquecer. Avermelhar. Engavetar.

5) Derivação imprópria: vimos até agora derivações em que acrescentamos algo ao radical, ou um prefixo, ou um sufixo. Agora estamos vendo uma derivação em que não mudamos a estrutura da palavra, porém mudamos a classe gramatical.
Ex.: o submarino (substantivo) // relógio submarino (adjetivo).

Os infelizes (substantivo) caminhavam no sertão (Graciliano Ramos – Vidas Secas).

Os homens infelizes (adjetivo) caminhavam no sertão.

6) Derivação regressiva: quando ao formarmos uma palavra a partir da outra 

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Estrutura da Palavra

As palavras se estruturam em tornam do seu radical. O que significa radical? É a parte central da palavra, é a que dá a base do seu sentido. Vamos ler as palavras abaixo:


ferro – ferragem – ferramenta – enferrujado.

Em todas essas palavras temos o mesmo radical, pois ao formar uma outra palavra a partir dele não muda o sentido principal. Radical é o elemento comum entre todas as palavras citadas acima. Além do radical, temos como estrutura os afixos. Afixo é tudo aquilo que adicionamos antes ou depois do radical para modificar o sentido da palavra. Veja abaixo alguns exemplos:

forma – formação – reforma
desleal – leal –lealdade – deslealdade

Perceba que em todas as palavras acima, o que fizemos foi acrescentar afixos ao radical. O fragmento que acrescentarmos antes do radical chama-se prefixo e o que acrescentamos depois chamamos de sufixo.

Prefixo: reforma, desleal.
Sufixo: formação, lealdade.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

A dramática política brasileira

– Deparei-me com essa notícia, sobre uma entrevista de Romero Juca, dizendo ser infundada a acusação de que seu filho tenha recebido 150.000, porque por esse preço não se vende MP nem na feira do Paraguai.

– Eu até dei risada quando li essa matéria, porque isso seria uma confissão, praticamente, de que se poderia vender por um preço maior. O que notamos, entretanto, é que não só a máquina do Estado funcionou esse tempo todo, e com toda naturalidade, à base de propina, como também os políticos estavam tão acostumados com isso que não estão sabendo responder a essas acusações.

– Nunca precisaram responder nada sobre dinheiro roubado do povo. As suas defesas se limitam a dizer que estão sendo caluniados, ou que isso é golpe. A defesa nunca chega a ser uma defesa, mas um ataque contra os que estão fazendo o trabalho que há muito tempo deveria ter sido feito.

– Creio que algo está mudando no Brasil. Porque ninguém aguenta ver o dinheiro que você lutou para ter, trabalhando dia a dia sendo roubado por uma classe que já está nadando no dinheiro. Para você, quanto vale 150.000? Para os políticos não vale nada…

terça-feira, 21 de novembro de 2017

O exemplo da alcateia

O exemplo dos Lobos – Os 3 primeiros são os mais velhos ou os doentes e marcam o ritmo do grupo. Se fosse ao contrário, seriam deixados para trás e perderiam o contacto com a alcateia. Em caso de emboscada dão a vida em sacrifício pelos mais jovens. Eles são seguidos pelos 5 mais fortes que os defenderão em um ataque surpresa. No centro seguem os demais membros da alcateia, e no final do grupo seguem os outros 5 mais fortes que protegerão o grupo. Em último, sozinho, segue o lobo “alpha”, o líder da alcateia. Nessa posição ele consegue controlar tudo ao redor, decidir a direção mais segura que o grupo deve seguir e antecipar os ataques dos predadores. 

Em resumo, a alcateia segue ao ritmo dos anciões e sob o comando do líder que impõe o espírito de grupo não deixando ninguém para trás.

“O verdadeiro sentido da vida, não é chegar primeiro, mas chegar todos juntos ao mesmo destino”.

Autor desconhecido

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Regras de acentuação gráfica

– Olá, gente, antes de começarmos a aula de hoje quero fazer uma pergunta. O que vocês estão achando desse blog? Não deixem de responder nos comentários desses posts. Não esqueçam também de curtir, nem de compartilhar esses conteúdos nas redes sociais. Ajudem a divulgar o blog. Muito obrigado.

– Para falarmos sobre acentuação é necessário primeiro enterdermos os tipo de palavras quanto às sílabas. Vamos conferir?

TIPOS DE PALAVRAS QUANTO ÀS SÍLABAS


– Temos dois tipos de sílabas dentro de uma palavra: a sílaba átona e a tônica.

– Sílabas átonas são as mais fracas numa palavra. Já sílabas tônicas são as mais fortes. Só temos uma sílaba tônica em cada palavra, enquanto podemos ter várias átonas. Veja:


Programas, adotados, governo, federal, ainda, suficientes, lidar, problemas, desigualdade, reforma, agrária, moradia, educação, trabalho, escravo, informou, ontem, organização, nações unidas.

– As sílabas destacadas são as tônicas. Dessa forma, podemos dividir os tipos de palavras, quanto à posição da tônica dentro da palavra. Podem ser: oxítona, paroxítona e proparoxítona. 

Oxítonas: São palavras em que a tônica é a última sílaba. (Federal, Lidar, educação, informou, organização, nações)

Paroxítona: São palavras com a sílaba tônica na penúltima sílaba. (programas, adotados, governo, ainda, suficientes, problemas, desigualdades, reforma, agrária, trabalho, moradia, escravo, ontem, unidas.

Proparoxítona: Palavras acentuadas na antepenúltima sílaba. (econômico e indígenas são exemplos de proparoxítonas).


– REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICAS


>>>Em palavras proparoxítonas:

– Regra: Em todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente. Ônibus. Oxítonas. Gráfico.



>>>Em palavras paroxítonas:

– Regra 01: nas terminadas em Ps: UsEi RÃ NUM LIXÃO Ditongo oral, ons. (Essa eu aprendi no cursinho e não esqueci mais rs)

Ex.: Bônus, Pônei, Revólver, ímã, próton, fórum, túnel, júri, tórax, órgão, secretária, bótons.

– Regra 02: acentua-se quando o hiato tiver I e U na segunda vogal.

Ex.: saída.


>>>Em palavras oxítonas:

– Regra 01: nas terminadas em A, E e O. Em e ens.

Ex.: Pará, café, avô (avó), cipó, também, vinténs.

– Regra 02: nas terminadas em ditongos éu, éi e ói.

Ex.: chapéu, anéis, herói.



ATENÇÃO:
– As palavras terminadas em ditongos com fonemas vocálicos repetidos “-oo” e em “-eem” perdem o acento gráfico com a reforma ortográfica. Ex. Voo, leem, magoo. 
– Lembrando que todas as regras aqui apredentadas já foram escritas consideradas a reforma ortográfica.

domingo, 19 de novembro de 2017

O Estudo de Fonética para o Vestibular

O estudo de fonética começa pelo estudo dos fonemas.

FONEMA: é a unidade linguística, como a química estuda o átono (unidade indivisível da matéria), a fonética estuda o fonema, que é a unidade, é o som que não pode ser dividido. Temos que entender a diferença entre Fonema e Letra.

Veja, fonema é o som da palavra, já letra é como nós grafamos os sons. Em algumas palavras, a quantidade de sons equivale à quantidade de letras, porém em certos casos não há correspondência. Alguns exemplos:

Casa (4 letras e 4 sons) Letras: C, A, S, A. Sons: K, A, Z, A.
Carro: (5 letras e 4 sons). Letras: C, A, R, R, O. Sons: K, A, R, O.
Chaves: (6 letras e 5 sons). Letras: C, H, A, V, E, S. Sons: Ch, A, V, E, S.

SÍLABA. Para formar as palavras, os fonemas são unidos para constituir as sílabas. Palavras são formadas de sílabas. Veja: Palavras: Pa-La-Vras. As sílabas são compostas por Vogais e consoantes. Em todas as sílabas temos ao menos uma vogal.

Pato: Pa, To. Concurso: Con, cur, so. Programa: Pro, gra, ma. Trabalho: Tra, ba, lho. Governo: Go, ver, no. Documento: Do, cu, men, to. Organização: Or, ga, ni, za, ção.

Como disse, não há sílaba sem vogal (Ob.: só pode haver uma vogal por sílaba). Economia: E, co, no, mia. Quando vemos duas vogais juntas, uma delas é semi-vogal. No caso de economia, na sílaba MIA, temos I (semivogal) + A (vogal).

VOGAL e SEMIVOGAL. Vogal é um fonema forte, ao lermos falamos claramente a vogal, enquanto semi-vogal é lida bem rapidamente. Secretária: Se, Cre, Tá, Ria. Neste caso, o RIA tem I (semi-vogal) + A (vogal). Podem ser semi-vogal apenas I e U. Quando temos um encontro entre vogais e as duas são pronunciadas forte, então temos um hiato, encontro entre vogais que são separadas silabicamente. Sa, Í, Da.

sábado, 18 de novembro de 2017

O uso da pontuação

Leia o texto abaixo prestando atenção na pontuação nele expressa.

Saber é trabalhar (Concurso Escrevente técnico 2012)

Geralmente, numa situação de altos índices de desemprego, o trabalhador sente a necessidade de aprimorar a sua formação para obter um posto de trabalho. As empresas buscam os mais qualificados em cada categoria e excluem os que não se encaixam no perfil pretendido. Nos últimos anos, essa não tem sido a lógica vigente no Brasil. Segundo a pesquisa de emprego urbano feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas sucessivas de 2005 para cá. O desemprego em nove regiões metropolitanas medido pela pesquisa era de 17,9% em 2005 e fechou em 11,9% em 2010.
A pesquisa do Dieese é um medidor importante, pois sua metodologia leva em conta não só o desemprego aberto (quem está procurando trabalho), como também o oculto (pessoas que desistiram de procurar ou estão em postos precários). Uma das consequências dessa situação é apontada dentro da própria pesquisa, um aumento médio no nível de rendimentos dos trabalhadores ocupados.
A outra é a dificuldade que as empresas têm de encontrar mão de obra qualificada para os postos de trabalho que estão abertos. A Fundação Dom Cabral apresentou, em março, a pesquisa Carência de Profissionais no Brasil. A análise levou em conta profissionais dos níveis técnico, operacional, estratégico e tático. Do total, 92% das empresas admitiram ter dificuldades para contratar a mão de obra de que necessitam.

(Língua Portuguesa, outubro de 2011. Adaptado)

O texto “Saber é trabalhar” foi extraído da prova de língua portuguesa de um concurso público para Escrevente Técnico. Num próximo post do blog eu trarei as questões gramaticais usadas neste texto. Lendo-o podemos entender a importância do sentido expresso pela pontuação. O que é pontuação? Quando falamos, sempre fazemos pausas ao pronunciar uma palavra depois da outra. Às vezes, a pausa é maior; às vezes, é menor; em certos momentos, as pausas são determinantes para entender o sentido. Essas pausas na fala são expressas graficamente no texto através da pontuação. Na escrita, não podemos identificar as pausas a não ser pelas vírgulas, pontos-finais, ponto e vírgula, interrogação, exclamação, etc. Repare que a pontuação não é importante somente pela pausa, mas ela também nos fará compreender o ritmo da língua portuguesa. Veja,

a) VÍRGULA. É a pontuação mais importante e dita o sentido da oração. Ela pode ser empregada para separar duas, ou mais, orações; ou para separar os elementos dentro de uma oração. Empregamos dentro de uma oração, quando vamos enumerar mais de um elemento: “A análise levou em conta profissionais dos níveis técnico, operacional, estratégico e tático”. Também se usa a vírgula dentro de uma oração entre termos adverbiais: “A Fundação Dom Cabral apresentou, em março, a pesquisa Carência de Profissionais no Brasil”. E ainda: “Geralmente, numa situação de altos índices de desemprego, o trabalhador sente a necessidade de aprimorar a sua formação para obter um posto de trabalho”. E em aposto e vocativo: “Uma das consequências dessa situação é apontada dentro da própria pesquisa, um aumento médio no nível de rendimentos dos trabalhadores ocupados”.

Além desses exemplos, temos o uso da vírgula para separar duas orações dentro de um mesmo período: “A pesquisa do Dieese é um medidor importante, pois sua metodologia leva em conta não só o desemprego aberto (quem está procurando trabalho), como também o oculto (pessoas que desistiram de procurar ou estão em postos precários)”

b) PONTO FINAL. Usa-se o ponto final para finalizar um período. Veja,

“As empresas buscam os mais qualificados em cada categoria e excluem os que não se encaixam no perfil pretendido.”

“Do total, 92% das empresas admitiram ter dificuldades para contratar a mão de obra de que necessitam.”

c) PONTO-E-VÍRGULA. É usado como uma pausa intermediária entre a vírgula e o ponto. É muito comum esse recurso para definir o estilo do autor. Há autores que gostam de usar e há os que não usam. Normalmente, emprega-se para separar elementos enumerados em que no seu interior já haja uma virgula (um exemplo é no direito):

“O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I. Ir e vir;

II. Opinião de expressão;

III. Crença e culto religioso; (…)”

O ponto e vírgula também pode ser usado para separar questões com alternativas. Entre outros usos.

d) DOIS PONTOS. Usam-se os dois pontos para introduzir uma citação, ou um aposto. “Disse-lhes Jesus: Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5:13). “Uma só é a ideia que eu quero passar: que sejamos felizes”.

e) PONTO DE INTERROGAÇÃO. Usado para finalizar uma pergunta: “O que quer dizer oxítona?”.

f) PONTO DE EXCLAMAÇÃO. Usado para finalizar uma afirmação: “Sim, Senhor!”

g) RETICÊNCIAS. Usado para indicar que há algo suprimido por alguma razão, como, por exemplo, se o trecho escrito for extenso, se quiser destacar somente uma parte do texto, para indicar continuidade em uma ideia sem explicitar. Etc.

h) ASPAS. Usado para fazer citações, ou para destacar alguma palavra estrangeira, ou ainda para indicar que a expressão entre aspas está sendo usado em um sentido diferente do original. Ainda temos o uso em ironia.

i) TRAVESSÃO. Usado para indicar uma mudança de interlocutor em diálogos e para destacar algumas expressões.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Esmiuçando os níveis gramaticais da língua portuguesa

– Nos estudos de língua portuguesa, assim como em outras matérias, temos os níveis de estudos. E, geralmente, estuda-se da unidade para a totalidade, ou seja, da menor forma para a maior. A gramática se divide dessa maneira:

– FONÉTICA: é o estudo da unidade gramatical, que são os fonemas, ou seja, os sons da língua. Quando ouvimos a palavra “casa”, temos 4 fonemas (sons): K, A, Z, A. Nesse exemplo, temos também 4 letras: C, A, S, A. Letras são as formas grafadas do som. Veja, no exemplo, “chave”, temos 5 letras: C, H, A, V, E. Entretanto, temos 4 fonemas: X, A, V, E. O CH representa apenas um som. Assim, podemos fazer o estudo de várias palavras. Veja,

Polícia 7 letras, 7 fonemas

Língua 6 letras, 5 fonemas

Portuguesa 10 letras, 9 fonemas

Violência 9 letras, 8 fonemas

Hoje 4 letras, 3 fonemas

Assim 5 letras, 3 fonemas

Corrupção 9 letras, 8 fonemas

Marcha 6 letras, 5 fonemas

Vermelha 8 letras, 7 fonemas

Ódio 4 letras, 5 fonemas

– MORFOLOGIA: é o estudo da palavra. Podemos estudar a palavra na sua formação interna ou externa. Quando estudamos o interior da palavra, estamos dividindo as partes da palavra: entre prefixo e sufixo, radical e desinências. E também podemos estudar a palavra como um todo, dessa forma estamos dividindo os tipos de palavras, ou seja, as classes gramaticais: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, advérbio, verbo, conjunção, interjeição.

– SINTAXE: é o estudo da oração. Entendemos a sintaxe como estudo interno da oração, quando estudamos o período simples e sua formação, daí temos os termos essenciais (sujeito e predicado), termos integrantes (objeto direto, indireto, complemento nominal e agente da passiva), e termos acessórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto). Assim como podemos compreender as relações entre orações, ou seja, o estudo do período composto, daí podemos ter orações coordenadas (quando uma oração não depende da outra) e as orações subordinadas (quando uma oração depende da outra, temos 3 tipos de subordinadas: subjetivas, adjetivas e adverbiais).

– SEMÂNTICA: é o estudo do texto. O estudo semântico é o mais importante de todos os níveis, porque ele é o mais amplo. Não existem fonemas, palavras ou orações soltas. Ao contrário, todas elas estão contidas no texto, e só podemos tirar os seus sentidos no contexto do texto em que estão inseridos. Qualquer palavra pode ter inúmeros sentidos, mas só dentro do texto é que saberemos os sentidos exatos. Por exemplo, a palavra paz. Paz pode ter vários sentidos, quando ouvimos a palavra “paz” na boca de Trump, presidente dos Estados Unidos, temos um sentido, e quando ouvimos de um muçulmano é outra. Quando ouvimos a palavra paz dita por um artista temos outro sentido. Ou seja, tudo vai depender do texto. O estudo semântica, portanto, refere-se ao “sentido” que empregamos quando usamos a língua através de um texto.

– NOS EXAMES: O mais importante é a semântica, pois todos os exercícios terão como base um texto, mesmo as questões especificamente gramaticais terão que ser respondidas com a leitura e interpretação de um texto. Hoje em dia, nenhum concurso, ou vestibular, pede uma resposta solta. Assim, o aluno terá que estudar a prática e o conteúdo, preferencialmente, com base em um texto. Assim faremos nesse blog sempre que o conteúdo for gramatical. O estudo exclusivo do conteúdo não ajuda, tampouco a prática sozinha nos leva a compreender o conteúdo. Precisamos sim, na hora de estudar, equilibrar entre ler o conteúdo e resolver os exercícios.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Ler e escrever na era digital

– É sempre difícil começar a escrever um texto. Ficamos perdidos nos milhares de informações e temas que podemos explorar. Ficamos perdidos nos infinitos pontos de vista que podemos defender. Assim é o processo difícil e árduo de escrever. Porém hoje, com o avanço da informática e da internet, parece que podemos simplesmente vomitar o texto. Soltar algo sem nos preocuparmos com a forma, com a estrutura. Os blogs, as comunidades, os perfis, os posts, os e-mails, e tudo o mais que a internet nos oferece fez com que as pessoas conseguissem escrever de maneira mais solta. Mais à vontade.

– Isso é um fenômeno interessante de se perceber. As pessoas escrevem. O problema não está nisso. O problema é quando os alunos transferem esta escrita digital para a sala de aula. Sou professor de português e percebo isso nitidamente. Corrigindo as redações percebo a ausência de acentos gráficos, de pontuação, de ortografia, etc. Os textos inclusive estão menores. Há ausência também de argumentos. Ora. As pessoas estão escrevendo mais, mas ao mesmo tempo desaprenderam a se expressar e a defender seu ponto de vista.

– Não estou com este texto querendo criticar a internet, muito pelo contrário, acredito nos benefícios que ela PODE nos oferecer. Também não quero criticar os alunos que estão desaprendendo a escrever. Mas quero ressaltar a responsabilidade que nós, professores, temos de saber lidar com isso e remar contra a maré, ensinar os homens e mulheres a se expressarem de acordo com a situação. Com o contexto. Com o gênero textual que o sujeito se propõe a escrever.

– O ato de escrever é tão importante quanto o ato de ler. Estes dois se completam a partir do momento que este último nos faz conhecer o mundo e o primeiro nos faz nos relacionarmos com este mundo. Não adianta eu apenas conhecê-lo, é preciso estar em contato direto. Interagir com ele. Mudá-lo. A nossa escrita faz com que a gente perceba o mundo de forma mais organizada. Não aprendemos apenas quando lemos, mas também quando escrevemos, pois é neste ato de escrever que eu vou ter que relacionar tudo o que já vi, o que já li, o que já vivi.

– Aprender a escrever é um direito de todos os homens e mulheres deste mundo. Se estivermos escrevendo na internet, no caderno, no vestibular, no diário, nos panfletos, nos ofícios, ou em cartas para outras pessoas, que a gente compreenda o que nós estamos fazendo. Transformando o mundo.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Considerações sobre a noção do texto

 Podemos fazer duas perguntas envolvendo o texto: uma delas é o que é texto, e outra é o que algo precisa ter para ser considerado texto? Das duas perguntas, a primeira é mais filosófica, já que se trata de uma questão ampla e que pode gerar inúmeras respostas; enquanto a segunda é mais científica, já que suas respostas serão mais objetivas. Apesar de serem diferentes, uma necessita da outra. Dependendo da resposta da primeira, teremos respostas distintas para a segunda.

– Gostaria de começar pela segunda pergunta. Afirmamos que ela seja uma pergunta científica porque o texto é colocado como um objeto de estudos e dessa forma podemos descrevê-lo em algumas de suas características. E se o colocarmos como um objeto, veremos não uma coisa estática, parada ou estável. Ao contrário, ele pode se manifestar de inúmeras maneiras. A primeira delas é a que mais a percebemos como texto: a verbal, que é todo aquele produzido através de palavras. Dessa maneira, vemo-lo, como um conjunto de palavras organizadas promovendo um ou mais sentidos para um interlocutor. E, claro, esse aglomerado de palavras foi feito por alguém, que é o autor, direcionado para o seu interlocutor, que é o leitor.

– Outra manifestação do texto é a imagem. Assim como o verbal, o imagético também foi feito por um autor, para seu interlocutor. O que o diferencia do verbal é a sua natureza imagética, caracterizada não por se compor através de palavras, mas por traços, cores, movimento, etc. Ao contrário do verbal, as possibilidades de sentidos são maiores, tratam-se de textos mais subjetivos, dando maior liberdade ao autor, como ao leitor. Podem ser fotos, desenhos, caricaturas, mapas, charges, tirinhas. É muito comum também vermos um texto que misture a manifestação verbal com a imagética. Quando isso acontecer, para entendê-lo é preciso analisar não a imagem separada da palavra, ao contrário, uma deve ser entendida em relação com a outra. Além disso, para entender um texto devemos levar em consideração alguns aspectos.

– Um deles é o contexto social em que ele é produzido. Os sujeitos (autor e leitor) estão inseridos em uma determinada cultura e por isso eles o leem de diferentes maneiras. E desse jeito, nós, também, enquanto autores e leitores, estamos inseridos em determinadas culturas que influenciam a nossa leitura. Não podemos desprezar esse aspecto. O sentido do texto depende dessa inserção cultural dos sujeitos do texto.

– Da mesma forma, além da questão do contexto, precisamos entender que todos os fragmentos textuais têm uma história, ou seja, não estão isolados de outros, mas se relacionam. Chamamos isso de intertextualidade. Cada texto está relacionado com outros que o precedem. E da mesma forma se antecipa a outros, que o respondem.

– E por fim, todos eles são caracterizados por uma determinada estrutura. Cada tipo textual possui suas características, que o ucompõe. Por exemplo, a dissertação é dissertação, porque ela possui alguns elementos que a caracterizam: o fato de conter um posicionamento do autor, e de este em contrapartida utilizar-se de argumentos para confirmar a sua tomada de posição perante um determinado tema. Já, a narração tem uma estrutura distinta, tem como componentes personagens que tramam uma história dentro do espaço e do tempo de um enredo. Enfim, cada tipo de texto terá sua estrutura definida, que pode se modificar ao longo do tempo, de acordo com os seus usos por parte de seus sujeitos.

– Colocadas essas questão referentes ao que faz do texto um texto, precisamos entender qual a sua definição. Podemos defini-lo, então, como qualquer manifestação da linguagem que produz sentidos para determinados sujeitos inseridos em certos contextos culturais. Entendendo por sujeitos, aquelas pessoas envolvidas na trama do texto, como por exemplo o autor, aquele que produz o texto, e leitor, aquele que lê o texto. E, por sentidos, entendemos qualquer efeito que o texto possa produzir, como informações, mensagens, convencimentos, ideologias, sentimentos, sensações etc

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Textualidades: os limites do texto

– Em uma das minhas aulas de português perguntei aos alunos o que eu precisava para fazer um texto, e eles me falaram “palavras”, “sentidos”, “estrutura”, “caneta”, “papel”, “computador”. Dando continuidade para a aula, e para que eles pudessem comparar, perguntei também o que eu precisava para construir uma casa, aí falaram: “pedreiro”, “tijolos”, “alicerce”, “terreno”, “dinheiro”, “planta”. Surpreendeu-me essas respostas e disse a eles que construir um texto é como construir uma casa, se para construirmos uma casa precisamos de um pedreiro, para construir um texto precisaríamos de quê?

A presença dos sujeitos

– Alguém levantou a mão e falou “de um autor”. Isso. E quando eu faço um texto, eu preciso apenas de um autor? Eles se calaram e depois de um tempo, “e de um leitor”. Comparar a construção de um texto com uma casa foi eficaz, pois quando pensamos na casa lembramos do pedreiro, afinal, é um trabalho duro. Agora e o texto? Por que ninguém lembra do autor? Ele também constrói o texto, ele também aplica determinada energia na produção de um texto, mas me dá a impressão de que as escolas, no ensino de português, esquecem-se de falar isso para os alunos, que fazer um texto é um compromisso e esse compromisso requer uma prática. Eu não preciso me esconder no texto. Em todos eles há um autor. Agora, o processo inverso também é verdade. O leitor é tão importante quanto o autor. Sem o leitor o texto não existiria. É para ele que produzimos o texto. Sempre devemos ter em mente ao produzir um texto que o leitor deve ler o texto e deve ter alguma reação ao lê-lo. Ao escrever um texto deve-se ter em mente quem será o leitor do meu texto?

O contexto no texto e o texto no contexto

– Também os alunos falaram em terreno para a construção da casa, mas para o texto não falaram nenhum correspondente. Fica claro para eles que sem terreno não há casa, e devemos levá-lo em conta, analisar quem está em volta, os vizinhos, se o terreno aguenta o peso da casa, etc. No texto é a mesma coisa, devemos olhar em nossa volta, o contexto em que o texto está sendo produzido é extremamente importante na produção do texto tanto para servir de tema, quando para servir de base teórica. É o contexto que vai nos indicar o que podemos escrever, o que podemos ler, o como proceder para transformar o texto, etc. Terreno e o contexto irão sustentar o texto, servir tanto de tema como base para um bom texto. Sem contexto não há texto, já que esse existe em determinado espaço-tempo. O texto está inserido na história. E a história também servirá de trama para este texto.

A estrutura e o alicerce

– Outra questão importante é o alicerce. Ele servirá de esqueleto para a casa da mesma forma que para o texto realmente é importante a estrutura, cada tipo de texto terá seu alicerce, ou seja, sua forma. Uma dissertação não se escreve da mesma forma que uma narração e vice-versa. Isso precisa ficar claro para o aluno. Também, se para a casa precisamos de uma planta, ou seja, um esboço anterior à construção, para o produtor de um texto é importante um planejamento. Antes de escrever eu devo pensar “o que eu vou escrever?”, “para quê?”, “Como eu pretendo escrever?”. Se respondermos a essas perguntas antes de produzir um texto, então ele ficará mais organizado.

A palavra como material interacional

– Porém, de todos os elementos que os alunos falaram, o mais importante para o texto é sem dúvida a palavra. É através dela e para ela que escrevemos. A palavra é o momento sublime da linguagem. A ponte entre os sujeitos da comunicação (autor e leitor), a ponte que passa do sujeito para o contexto (o mundo), a palavra é o trator que derruba impérios e muros, a ponte que liga a infelicidade da felicidade. É a palavra que faz com que nos tornemos humanos, demasiadamente humanos. É a palavra o tijolo da linguagem, é ela o material do texto, a substância, é através dela que vamos nos refugiar no mundo e do mundo, expressando o que temos em nosso interior, seja ódio, seja o medo, seja o sonho, seja a vontade de passar uma ideia. Produzir um texto, assim como ler, é mostrar para o que é externo em nosso corpo, a fúria do eu. Produzir texto é respirar. A palavra é o produto material do texto, direcionando o sentido dele. A palavra é o que interage os homens e as mulheres do nosso planeta.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

A história da língua portuguesa

– Sempre que falamos da história da Língua Portuguesa esquecemos de seu processo. Os professores sempre nos ensinaram uma história passiva e pacífica da Língua, mas precisamos nos lembrar a todo instante que a língua nacional foi utilizada para nos colonizar. E o que podemos fazer em relação a isso? Ora, podemos ouvir vozes que até então foram excluídas. Podemos entender outros pontos de vista que até então foram excluídos. Assim, como podemos entender os seus medos, os seus sonhos, os seus sofrimentos, as suas explorações, etc. Como os dos africanos, por exemplo. Ao fazermos isso, perceberemos que temos mais em comum do que imaginamos. Isso nos aproximará. Valorizando-nos. Incluindo uma parte de nós, que nós mesmos excluíamos. Não há como negar que a africanidade é uma parte de nossa identidade. E através do estudo da língua portuguesa em seus diversos países ficará mais claro.

– Dividimos sua origem para estudar a língua portuguesa em alguns tópicos importantes:

1) O Latim:
na antiguidade
no feudalismo

2) A Língua portuguesa:
no feudalismo
nas grandes navegações
nos países lusófonos

3) As Línguas nativas (Crioulo, Tetum e Tupi).
na áfrica, em Timor-leste e no Brasil.

O primeiro tópico trata-se da origem da Língua Portuguesa, nosso objeto de estudo neste momento. Na antiguidade o Latim se dividia em dois, o Latim Clássiso e o Latim Vulgar, lembrando que o primeiro era utilizado pelos poetas, pelos filósofos, ou seja, em escritos artísticos e científicos no império romano, e esse último utilizava o latim para dominar os povos subjugados por Roma que tinham que usar essa língua. No Feudalismo, com o fim do Império Romano, o Latim vulgar forma as línguas nacionais. Dependendo de cada região do antigo Império, o latim forma uma língua diferente. O clero e a nobreza insistem em utilizar o Latim em missas e para traduzir a bíblia, fazendo com que a maioria da população dos feudos não pudesse interpretar a sua religião de forma diferente. O latim, portanto, também foi utilizado como meio de dominação, desta vez pela igreja católica.

– O feudalismo começa a se instabilizar e dá seu suspiro final com a Reforma Protestante, liderada por Lutero. Esse traduz a Bíblia em várias línguas nacionais, o que permite o desenvolvimento de outras religiões, formando assim as Igrejas Protestantes, abrindo a possibilidade de leitura da bíblia pela população, é neste momento que as missas começam a ser realizadas em língua nacional. O português surge em Portugal. Iniciamos assim, a discussão do segundo tópico: a Língua Portuguesa.

– Com o rápido desenvolvimento de Portugal e Espanha, as grandes navegações expandiram a Língua portuguesa em diversos outros países, devido à colonização de Portugal no Brasil, em Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste. A língua começa a se desenvolver nesses países e assim o colonizador utiliza o português para dominar. A história da língua portuguesa é uma história de dominação como podemos ver, entrando em conflito com as línguas nativas, ou seja, as línguas que se formaram nos países colonizados antes mesmo do português chegar nesses lugares. No Brasil havia o predomínio do Tupi-guarani, que era uma língua falada pela maioria das tribos brasileiras, apesar de cada tribo possuir sua língua, o tupi, como língua mãe da maioria delas, era utilizado para que as tribos se comunicassem. Já o Tetum, língua de Timor-Leste país asiático, formou-se a partir da interação da Língua portuguesa, do inglês e da língua da Indonésia. Esta língua era falada em Timor, pois depois de sua independência em relação à Portugual (em 1975), a Indonésia, ao dominar Timor proibiu o uso do português em suas terras. Assim, formou-se o tetum para a comunicação entre os timorenses. Já o crioulo tem sua história nas Áfricas, ele divide espaço com diversas outras línguas africanas. Porém em Cabo Verde, em Angola e em São Tomé e Príncipe era a língua mais utilizada e a que mais sofreu por causa da colonização.

– Todas estas línguas tinham sua história antes do português chegar ao seu domínio, e depois disso, foram sendo descaracterizados. O Tupi não se fala no Brasil. O Tetum e o Crioulo são utilizados por suas populações somente entre as famílias e no seu dia-a-dia; já nos prédios governamentais, nas escolas, nas mídias, utiliza-se o português. Isso tudo não é ensinado nas escolas brasileiras. Para sabermos de onde viemos, quem somos e para onde vamos utilizando a nossa língua portuguesa precisamos compreender essa história de opressão através da língua.

domingo, 12 de novembro de 2017

A importância da leitura


– Este ano será um ano decisivo em sua vida, por isso você precisará tomar atitudes diferentes dos anos anteriores. Afinal de contas, você quer passar no vestibular. E isso não é possível sem esforço.

– Não sei com que frequência você lê, mas indepente disso, esse ano você terá que ser apaixonado pela leitura. Rs. Mesmo que não seja. Kkkkkkk. Para estudar pro vestibular, ler é tão importante quanto tomar água.

– No texto anterior, ontem, falamos sobre escrever, desta vez estou afirmando ler é essencial. Por isso, este ano busque informação, não somente de fontes que você concorde, mas também de fontes opostas às suas opinões. Por exemplo, leia a revista veja, mas busque informações com opiniões opostas como a carta capital.

– Assim você terá sempre um ponto e um cotraponto de diferentes temas. E desta forma você terá sempre uma visão mais ampla sobre as coisas. Pelo menos esse ano, busque ler com frequência. Você verá que suas argumentações irão melhorar muito.